Tradutor

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Uni, Duni, Tê

É de se indignar.

Quando pensamos que já vimos de tudo na campanha política desse ano, tais como candidatos de toda espécie, nivelando por baixo a campanha, eis que a cada dia surge uma nova situação para nos surpreender.

Mas, o que mais é admirável é a falta de criatividade dos candidatos a ocupar o posto mor de nossa nação.

Não me lembro de ver campanha mais baixa do que a atual.

Parece não se preocuparem em expor, cada um, suas baixarias, agressões, verbais e agora até física de parte de correligionários de um partido ou do outro.

Esqueceram de divulgar, mesmo que não cumpram, seus planos de governo e a troca de farpas tomam espaço, além do horário político, também dos meios de comunicação que alimentam cada vez mais a “ira” dos adversários, com seus comentários “especializados”, tendenciosos ou não.

Cabe a nós a escolha, mas a quem conceder o bem precioso que nos é de direito e que foi, em um passado não tão distante, conquistado também pela luta de ambos os candidatos, o voto?

Do jeito que está fica difícil acreditar que um ou outro candidato, se eleito, cumprirá com o mínimo de seus deveres e promessas. Mas por falta de melhor opção teremos que escolher um e que Deus nos dê discernimento para não levarmos na brincadeira e não fazer a escolha no “Uni, duni, tê”, certa brincadeira de criança onde a sorte ou a posição da primeira batida na mão determinava se “o escolhido foi você”.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 30 de outubro de 2010.

Segurança em transporte escolar.

Vejo este blog não só como meio de expressar nossa indignação com algo, mas também como um veículo que nos possibilita expor dentre tantos assuntos alguns temas que seguem por esse contexto.

Há poucos dias surgiu a polêmica da lei das cadeirinhas para transporte de crianças. Chamou-me a atenção a isenção da obrigatoriedade do uso desse equipamento em determinados meios de transportes, dentre eles os veículos de transporte escolar.

Ora, claro que devemos zelar pela segurança de nossas crianças seja em transporte próprio ou outros como o citado, que ficou isento mesmo tendo como passageiros não uma, mas várias crianças em cada viagem realizada.

Posto isso poderia se colocar que os condutores desses veículos são treinados a conduzir seus veículos de maneira mais segura que nós, motoristas comuns, no entanto não é isso o que vemos pelas ruas.

Tenho notado que alguns condutores, senão todos possuem um ajudante, na maioria das vezes jovens adolescentes que se encarregam de receber a criança e alojá-la dentro do veículo enquanto o motorista aguarda, nem sempre em lugar adequado.

Em algumas situações colocam em risco não só as crianças como seu próprio ajudante, tendo em vista pararem o veículo distante da casa da criança ou até do lado oposto da rua fazendo com que ambos, ajudante e criança tenham que correr riscos atravessando a mesma.

Dias atrás estava no ponto de ônibus pela manhã quando parou uma dessas vans escolares na avenida principal do bairro onde moro, do lado oposto de onde residia a criança. Enquanto o ajudante buscava a criança na rua em frente o condutor foi adiante pegar outros usuários dos seus serviços, obviamente para não perder tempo.

O que se deu, e que me faz colocar esse assunto em pauta foi que o ajudante, uma menina de provavelmente uns 15 anos, passou por detrás da van e saiu correndo para atravessar a avenida sem olhar para nenhum dos lados, sua sorte foi que não passava nenhum carro em nenhum sentido da via, senão teria sofrido um grave acidente.

Outras vezes, enquanto tal ajudante recebe a criança, nem sempre das mãos dos pais, pois várias vezes ela aguarda sozinha no portão (outro risco), o motorista efetua manobras de certa forma arriscadas, pois sabemos que crianças são afoitas e podem correr de encontro ao veículo enquanto se dá a manobra. Já que as cadeirinhas não são obrigatórias, que tais condutores sejam melhores preparados, pois pelo visto nossas crianças não estão tão seguras quanto pensamos ao contratar tais serviços.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 24 de agosto de 2010.

Propaganda Eleitoral

Começou o horário eleitoral gratuito e com ele nada de diferente, exceto por alguns novos candidatos a ocupar uma cadeira nas câmaras estadual e federal.

O “nada de novo” se dá por que essa campanha parece reprise de outras. Candidatos conhecidos e suas eternas frases feitas, aqueles que já ocupam cargos políticos e que nada fizeram querendo nos convencer que o farão agora, como se o fato de nada terem feito, senão em benefício próprio, passou despercebido.

Alguns parecem eternos, como brasileiros, não desistem nunca de angariar uma vaga. Esses a gente já conhece e acredito que saberemos deixá-los em seus devidos lugares, espero.

Outros se aventuram nesse campo pela primeira vez. Falando em campo, chama à atenção a quantidade de ex-atletas candidatos, sobretudo jogadores de futebol que se aproveitam da imagem conquistada nos gramados, contam com a paixão pelo esporte bretão e com o fato de terem sido ídolos, alguns, em seus tempos áureos.

Esses, sob a “gratidão” de torcedores que não vêem ou não crêem mais em outros nomes fatalmente se elegem. Mesmo que alguns deles, como representantes do povo que foram defendendo seus clubes possam ter boas intenções nessa nova representatividade que buscam, há muito que duvidar.

Estão apenas pegando carona enquanto existe ainda uma imagem sua na lembrança do povo, devido o recente final de suas carreiras esportivas.

Dentre os novos que postergam um cargo eletivo, um me chamou mais a atenção pelo seguinte – Ele questiona se o povo sabe o que faz um deputado e confessa que nem ele sabe, mas pede o voto em troca de dizer quando estiver lá. Como se não bastasse, diz que o povo brasileiro não é palhaço, mas ele sim.

Soa como ironia. Cabe a nós mostrar a todos onde realmente é o picadeiro.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 21 de agosto de 2010.


A gente não quer só comida...

Escrevi aqui sobre os dezoito anos de minha carreira como Guarda Civil Metropolitano parabenizando a todos aqueles que junto comigo passou por bons momentos e cresceu com essa que é uma família para nós, no entanto não foram só alegrias, sofremos muitas agruras e ainda passamos por maus bocados, sobretudo na questão de valorização do nosso profissionalismo, pois somos profissionais e responsáveis por manter viva nossa instituição.

Nessa caminhada nos mostramos capazes de manter o brio, atendendo ao chamado quando necessário da população paulistana, cada qual prestando o serviço conforme sua capacidade, muitas das quais conseguidas com méritos próprios, se aperfeiçoando, buscando melhorias para si e as usando em prol da carreira escolhida.

Dentre nós existem aqueles que se doam no dia a dia para manter viva nossa GCM.

Às vezes somos depreciados por pessoas que desconhecem o valor do nosso trabalho, ignoram que por vezes é difícil manter o lema que é o alicerce, ainda acredito nisso, de nossa instituição, “Aliada, Protetora e Amiga”.

Podemos suportar isso com trabalho árduo e persistente, mas é desagradável lembrar que ainda vivemos sob desvalorização daqueles que tem em mãos o poder para senão deixar que cresçamos pelo menos manter um padrão que possa satisfazer nossas necessidades profissionais e por que não pessoais para que possamos viver com a mínima dignidade.

Não é justo que alguém que tenha cumprido por anos suas responsabilidades possa viver sob a expectativa frustrada de pelo menos ter como é de direito as reposições salariais para que com isso possa arcar com o equilíbrio em suas dívidas rotineiras, aquelas que ele não tem como excluir para cortar gastos e conseqüentemente serem obrigados a suportar um serviço extra, deixando de lado sua família, sobretudo os filhos que cobram sua presença e não entendem que sua ausência se faz precisa para suprir as necessidades básicas do lar.

Às vezes nem essas consegue manter em padrão aceitável para sua sobrevivência.

A cada dia uma informação de “acerto” e a velha frustração ao saber que os valores no “contracheque” são exatamente o mesmo do mês anterior.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 24 de julho de 2010.

Desilusão...

Até quando vamos ter que “engolir”?

Nasci junto com a ditadura, em 1964, claro que os porões dela já existiam para que o acontecimento se desse naquele ano.

Ali eram tramados e traçados os planos para a derrubada e tomada do poder.

Filho de retirante analfabeto, mas sábio, como muitos nordestinos que aprenderam com a vida e com as dificuldades que ela os impôs vivi sob minha adolescência a ditadura.

Nesse período bordões eram de praxe, o mais famoso: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Como criança amava-o porquê era brasileiro, era um pequeno patriota na ignorância infantil.

Na escola tomava posição para louvar a pátria, nas filas das turmas da escola, mão no peito e o hino a bradar, imposto, mas com prazer.

Àquela época já se fundia as glórias do futebol a política, usando nossa paixão maior como combustível para manter o povo sofrido e apaixonado com esperanças de que o sucesso de uma levaria ao sucesso da outra e acreditávamos nisso.

Mesmo com os tropeços pós 1970 com a glória alcançada pela nossa seleção “Canarinho”- “Noventa milhões em ação, prá frente Brasil...”

E o Brasil ia prá frente, mesmo que aos trancos e barrancos, como a seleção que como sempre não aceitava os percalços, sendo considerada pelos seus comandantes como campeã moral em 1978, como uma das melhores seleções em 1982 que culminou na tragédia de Sarriá. “O sonho não acabou”.

Chegavam os anos finais da busca da liberdade com as “Diretas já!” Onde eu e milhões de brasileiros teríamos a oportunidade de colocar alguém de “nossa escolha” no poder, da nação.

Depois com as frustrações em seqüência deu-se o advento do culpado, sempre escolhemos um, eu tenho os meus e todos têm o seu, na política a culpa é sempre do antecessor.

Não vem ao caso.

A vida é composta de situações diversas onde cada uma gera influencia na outra, não se pode viver emoções sem que isso não se reflita em nossas atitudes, personalidade, em nosso dia a dia, no decorrer de nossa existência, tudo deixa uma marca.

Nelson Rodrigues que intitulou o Brasil de “A pátria de chuteiras” também afirmou que já era tempo de deixarmos de nos sentir “vira-latas” e posso compreender o que ele queria com isso.

Como disse um dia meu amigo Nildo, cearense que por ter desembarcado por essas bandas tornou-se para a turma, “baianinho”: “Nós não acreditamos em nosso potencial” e essas duas colocações parecem ter se encarnado em nossos jogadores, de novo, como em 1998 na França que na iminência de vencer e seguir rumo ao título desabou.

Nesse ínterim foi anunciado o “Espetáculo do crescimento” que ainda esperamos tanto um quanto outro, que como nossa seleção deixou o espetáculo em nossa lembrança, mas que quanto à pátria mantém o crescimento em nossos sonhos...

“Navegar é preciso”.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 16 de julho de 2010.

Parabéns prá você!

Lá se foram dezoito anos, uma vida. Muita coisa aconteceu, muita coisa mudou.

O mundo ainda engatinhava rumo à era digital. Internet, celular, nem pensar.

O próprio telefone fixo era um luxo para poucos, computador era coisa para empresas, universidades.

Portanto, se você quisesse conversar com um amigo, se estivesse próximo bastava “levar” um bom papo, caso contrário a velha e boa carta seria uma opção.

Hoje basta possuir um “PC” e ter o mínimo de conhecimento em informática para estarmos em contato com milhares de pessoas, conectados com o mundo, amigos ou não.

Aliás, em princípio a aquisição desse equipamento, em tese seria para adquirir conhecimento por meio de pesquisas, para a educação, nossa ou de nossos filhos.

Arrisco dizer que não é bem o que acontece.

Pesquisas sim, mas de sites de relacionamentos, vídeos, músicas, jogos e outros entretenimentos.

Raro é encontrar um adolescente que foge a essa regra, por vezes até nós adultos nos deixamos envolver e não fazemos a utilização correta do equipamento, para o conhecimento.

Fica o alerta.

O mundo evoluiu e com isso trouxe novos conceitos, novas regras, novas necessidades. Necessidades que nem sempre são supridas a contento.

Em algumas esferas a impressão que se tem é que o tempo parou.

Não parou, pois estamos dezoito anos mais velhos, quiçá, mais experientes, desde que ingressamos nessa que é a nossa família Guarda Civil Metropolitana.

Esse é o motivo de eu estar aqui hoje, de nós estarmos. A essa época, em meados de 1992, nós da turma 25, 26 e 27 estávamos realizando exames médicos no extinto “DEMED”, preocupados em se algo poderia nos tirar a vaga que angariamos com louvor.

Amigos, digo tudo isso em virtude de terem se passado dezoito anos, em alguns casos é quase a metade de sua existência.

Muitos de nós éramos solteiros, sem filhos, mas hoje estamos chegando à maioridade em nossa carreira, assim como os filhos de alguns de nós que nasceram nesse período.

Tornamo-nos adultos.

Fizemos amizades e desfizemos algumas que acreditávamos fossem verdadeiras, conhecemos pessoas diferentes, com objetivos diferentes, de regiões diferentes que nos acompanharam nesse crescer.

Perdemos amigos que não suportaram os tempos ruins e buscaram outros caminhos e perdemos amigos também para a vida que decidiu interromper suas jornadas.

Conquistamos também, não podemos negar.

Superamos muitos momentos, foram bons ou ruins temos histórias para contar, e quando elas nos vêm à lembrança trás junto à emoção, por vezes o entusiasmo ao relembrar nossas “aventuras”. Por essas e outras venho aqui, sobretudo parabenizar a todos que, acredito, vencemos, pois não é sempre que completamos dezoito anos de vida, mesmo que uma vida relacionada ao âmbito profissional.

Portanto, parabéns para nós, parabéns prá você!

Publicado no Blog "Os Municipais" em 29 de junho de 2010.

Marquise

Dias atrás, certa pessoa detentora de cargo público discursando em propaganda política de seu partido, não vem ao caso seu nome nem legenda, iniciava dizendo que o crescimento de um país não se mede pelo consumo de automóveis e aparelhos domésticos.

É a pura verdade.

Mesmo sabendo que falar é fácil, pois se trata de pessoa com poder público que pode e deve trabalhar para que essa não continue sendo a máscara que encobre a real situação do país.

Quero crer e espero que essa digna representante do povo paulistano esteja trabalhando para mudar essa intenção enganosa. Pois penso que antes de exaltar o consumismo desenfreado que por vezes coloca o consumidor nas “listas negras” do comércio, deveríamos ter, com clareza, informações sobre outros medidores de crescimento, tais como educação, saúde e habitação.

Comprar nunca esteve tão fácil como nos dias de hoje, mas pagar...

Vemos nas propagandas o anúncio de construção e entrega de novas escolas (técnicas ou não), universidades, hospitais, moradias. Se existem as escolas, a educação não é de qualidade, acesso a saúde com qualidade está difícil até para quem paga, e caro, um convênio médico.

A inflação se está nos baixos níveis anunciados ainda assim supera os reajustes salariais que na maioria dos casos nem são respeitados, nossa categoria está entre as quais não vêem tais reposições há anos.

Casa própria?

Não é para qualquer um, empenhar parte de seu ganho para arcar com os planos de financiamento oferecidos, nem em sonho.

Este é o ponto, moradia.

Não sou adepto do assistencialismo, mas convenhamos não dá para virar as costas e fechar os olhos para certas situações que agridem nossa sensibilidade ante a falta da dignidade humana, tendo em vista o grande número de sem teto que “habitam” essa cidade.

É difícil manter a indiferença diante do que salta aos nossos olhos, corpos enrolados em papelão buscando abrigo do frio cortante sob as marquises de edifícios, alguns empresariais, dos quais sediam instituições financeiras, paradoxalmente expondo como vivem em condições de extrema miséria muitos cidadãos que por um motivo ou outro se encontram em situação tão deplorável.

Independente dos caminhos que levaram essas pessoas a essa situação, merecem assistência, sobretudo dos órgãos “competentes” que sabemos existem para isso. Tal assistência não pode se limitar apenas ao recolhimento noturno, isso quando se dá, mas sim fornecer àqueles que queiram assistência adequada, assistência no verdadeiro sentido da palavra, a fim de resgatar o mínimo da auto-estima e dignidade perdida que são próprias para a sobrevivência do ser humano.

Quanto ao crescimento econômico que tanto se exalta, quanto a superação da crise mundial, a tal “marolinha” que ainda assombra o mundo, até quando a miséria de uns irá financiar o suposto equilíbrio em que se encontra nosso país?

Que não dure até todas as marquises desta cidade forem tomadas como refúgio noturno por aqueles que não conseguiram superar suas “marolinhas” pessoais.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 09 de julho de 2010.

Minha Doce Ilusão

Chegamos de novo à época em que o “civismo” aflora em todo cidadão brasileiro. Num período quadrienal a simples lembrança do Hino Nacional faz nos sentir arrepios por todo o ser, erigir o corpo em respeito, erguer a cabeça e até levar a mão ao peito numa demonstração de patriotismo, ausente por quatro anos, ou se presente, não com a mesma volúpia.

Tornamos-nos “guerreiros” credenciados e entusiasmados pela mídia, nos deixamos levar, de novo, como fomos invocados há oito anos pela música que era sucesso do momento, mas que não se fazia necessário, pois sempre que se aproxima esse evento nos deixamos levar pela paixão primeira, naturalmente.

Cada um de nós veste a camisa e de coração se coloca, ou melhor, se convoca e se escala. Até mesmo aquele que durante quatro anos sequer sabe dizer quais são as cores que veste nosso esquadrão se entrega a paixão, expectativa, tensão, entusiasmo, crença de que tudo será melhor após a vislumbrada conquista.

Doce ilusão, pois tudo será como antes, mesmo assim é válida nossa alegria, não sejamos hipócritas, todos nos beneficiamos desse contágio nacional, do mais abastado ao menos favorecido, do mais culto ao não alfabetizado. Homens, mulheres, crianças, todos envolvidos, tornamo-nos um. Seria bom termos esse sentimento de civismo exacerbado sempre, amor à nossa pátria.

Isso não ocorre com freqüência. Embora muitas vezes possa parecer que a máxima da música se faça valer a todo instante, deixamos a vida nos levar mesmo quando não solicitado.

No entanto, eu de minha parte vou torcer como sempre e aproveitar esse momento em que nos faremos felizes na ilusão, pois: “Nem só de pão vive o homem”.

Mesmo sabendo que as agruras do dia a dia estarão camufladas, aguardando o encerrar de nossa pausa e, pior ainda, trazendo o risco de nosso sonho tornar-se pesadelo, caso isso aconteça, que venha 2014.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 11 de junho de 2010.

Momento de união.

Em face da notícia veiculada pelo jornal Agora SP onde se revela o número alto de pedido de baixas na GCM, 72 de janeiro até o dia 22 de maio, e ao fato de ter reencontrado essa semana um amigo que fez parte comigo do pelotão “B1” – turma 25, em 1992, quando ingressei na GCM de São Paulo.

Dei-me conta de quantos se foram, já que esse amigo também não faz mais parte de nossas fileiras.

De lá para cá, do meu início de carreira até os dias atuais muitas coisas mudaram e tantas outras continuam como antes. Alguns desistiram de seguir adiante pelos mesmos motivos atuais, tais como remuneração, condições de trabalho, evolução funcional. Uns encontraram melhores caminhos e outros que saíram retornaram após terem sentido dificuldades sejam elas em conseguir melhor emprego ou mesmo em se adaptar a outro meio profissional senão aquele pelo qual expressa gosto e satisfação em servir, como muitos de nós.

Se eu fosse listar aqui aqueles que não fazem mais parte de nosso vínculo profissional perderia a conta e com certeza me esqueceria de alguns, no entanto isso se deu em dezoito anos de carreira e mesmo assim não consigo chegar a um número tão elevado como o exposto pela reportagem, acontecido em tão pouco tempo.

Confesso que mesmo eu já pensei em abandonar o “barco”, porém em virtude de certos fatores me mantenho entre os “tripulantes” dessa Nau que tem nos trazido, mesmo que em mares agitados, até aqui, onde podemos ainda manter no rumo e acertar a direção, ainda, naquele que foi e ainda é nosso objetivo.

Por que se todos, ou muitos de nós compartilharmos da decisão de pular fora, aí sim será o fim. Àqueles que se foram - alguns saudosos, aos que encontraram o que buscavam e aos que ainda não, boa sorte e um abraço.

Aos que ficam como eu, força e fé em nosso intuito de manter vivo o lema que em ido o ano de 1992 lia no muro do então Departamento de Ensino e que inicia o nosso hino, de nossa GCM – “Aliada, Protetora e Amiga”.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 26 de maio de 2010.

As três linhas

Imagine sua vida baseada em uma linha reta e infinita onde paralelamente à esquerda e à direita o acompanham mais duas possibilidades sendo que a linha central o levará a uma vida pré-estabelecida e os acontecimentos fluirão naturalmente.

Por esse caminho podemos denominar destino e você poderá se deixar levar por ele e conseqüentemente sofrer as benesses ou malefícios que a vida reservará.

Contudo fomos privilegiados pelo Criador pelo livre arbítrio que nos dá o direito de escolha, do erro ou do acerto.

Somos imbuídos de necessidades, emoções, interesses, prazeres e sejamos sinceros, o desconhecido nos fascina.

E claro, não fossem essas qualidades estaríamos ainda na base da cadeia evolutiva.

Então vejamos; se por um lado podemos manter-nos “acomodados” deixando que a vida nos leve, por outro podemos tomar as rédeas e pendermos para qualquer um dos lados e buscar coisas novas para nossa existência.

O problema é que nem sempre tais novidades nos farão bem ou nos trará benefícios, mesmo assim não é da natureza humana, ainda bem, deixar que a maré determine o rumo da nossa vida.

Embora tenhamos a inteligência e a capacidade de distinguir o bem do mal, o bom do ruim, por vezes nos desvirtuamos para a linha paralela que no leva a um caminho obscuro que não nos acrescentará os benefícios que buscamos.

Amigos, digo tudo isso, pode parecer confuso, mas parece que a tendência é sermos levados ou nós mesmos escolhermos o caminho mais duvidoso, pois vejamos; temos três opções, manter os passos no caminho que, subjetivamente, nos foi dado, ou podemos buscar aquele rumo que nos trará coisas boas, mas nos pegamos muitas vezes no caminho negativo, pensamos negativamente, afirmamos, por vezes, que nada está e não vai ficar bem. “Não vai dar certo”. Se tivermos a escolha de poder ao menos pensar positivo e agir de forma que isso nos leve a uma vida mais favorável com a qual desejamos, convoco a todos elevarmos nossos pensamentos para o lado positivo das coisas, pois se isso não trouxer a melhora que desejamos para nossas vidas, convenhamos, mal com certeza não trará.

Acredito que em tudo que nos empenhamos fazer, se desde o início acreditamos que o intento será concluído com êxito, isso se dará. Obstáculos sempre existirão, mas os que a vida nos reserva já é suficiente para nos “divertirmos”, não precisamos criar novos que atrasarão a conquista de nossos objetivos. Se só otimismo não bastar, mesmo assim deve ser nosso caminho.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 24 de maio de 2010.

A base de tudo, a família.

Em virtude da postagem “Os municípios e a segurança pública” ter gerado tanto comentário, devido a um anônimo ter se manifestado contrário ou até mesmo com despeito a existência das Guardas Municipais, faço um paralelo entre a sociedade e a família, visto que problemas sempre existirão nas duas estruturas.

Na família se os responsáveis por ela não se entenderem, não educarem seus filhos, não dialogarem entre si e não tentarem perceber que cada pessoa é um indivíduo, ninguém é igual a ninguém. Até mesmo gêmeos uni uterinos não o são.

Em uma família onde se tem filhos educados da mesma maneira, estudados na mesmo escola estes jamais terão a mesma personalidade. Cada um seguirá seu caminho um dia, seja ele para o bem ou para o mau, vemos exemplos no dia a dia, não haveria evolução se todos pensassem as mesmas coisas, tivessem as mesmas idéias.

Se os pais viverem em conflito haverá a separação, dando início à dissolução da família, deixando órfãos, queira ou não, seus filhos. A sociedade não precisa de mais esse problema, adversidade entre as forças que devem protegê-la, seja em âmbito federal, estadual ou municipal.

Acredito que em muitas famílias existam policiais civis, policiais militares e guardas municipais que vivem em harmonia, talvez entrando nessa discussão, mas com coerência, com respeito cada um com o trabalho exercido pelo outro.

Nós mesmos, com certeza, temos amigos em cada uma dessas instituições e nem por isso a amizade se modificou ou se abalou.

O problema talvez seja a generalização, onde se conceitua uma pessoa pela integridade de sua família ou por ações de uma pessoa membro dela.

Enquanto se discute sobre quem é de direito e de quem não deve ter direito de polícia, a marginalidade se organiza, mostra que está disposta a comandar as ações fora da lei na sociedade.

Caso esse conflito se estabeleça em generalidade, estará órfã a sociedade em geral. Um pai que não respeita a mãe, um irmão que não respeita o outro levará a família a um colapso, muitas vezes ocasionando a desintegração desta.

O colapso já está acontecendo na sociedade e isso não se dá somente no âmbito policial, segurança pública é muito mais que prender bandido, abrange todos os setores da sociedade.

Uma família feliz se dá a princípio pelo bom relacionamento entre os pais, passado para os filhos se dá pelas condições básicas a que um ser humano precisa, se dá por aqueles direitos que estão como base em nossa constituição, artigo 5º onde versa “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”. Mas que ainda não se fez valer. Portanto, não vale a pena generalizar...

Publicado no Blog "Os Municipais" em 13 de abril de 2010.

A culpa é de Deus?

Desde criança ouvimos que o Brasil é um país abençoado, pois não é atingido por catástrofes naturais.

E como não poderia deixar de ser, nosso povo piadista nunca deixa passar em branco qualquer circunstância para lançar mão de uma gozação, nesse caso emenda com aquela de que Deus ao criar o mundo presenteou nosso país com uma fauna e flora exuberante, uma geografia estupenda e nos aliviou de terremotos, maremotos, vulcões e demais problemas nesse sentido que poderia atingir nossa nação, a piada é que como nem tudo é perfeito, segundo o piadista, ao ser questionado do por que merecíamos tal presente Deus teria respondido – “Espere para ver o povinho que vou colocar lá”.

Ora, o que vem acontecendo já há algum tempo em virtude das chuvas constantes, primeiro em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e agora no Rio de Janeiro, se não é uma catástrofe, então vale a piada.

É visível a invasão em áreas de risco por famílias sem condições de adquirir um lar em local seguro, mas também é visível a indiferença como é tratado esse assunto antes de acontecer os desabamentos e enchentes provocados às vezes por chuvas nem tão torrenciais assim. A culpa, meus amigos, cai sempre sobre aquele que se aventurou a construir um barraco à beira de córregos, ribanceiras, morros e sobre aqueles que jogam lixo nas ruas provocando o entupimento de bueiros e galerias. Mas seria somente essa a causa?

Claro que uma coisa leva a outra, assim como a vida, tudo é um ciclo.

Assim como tem se tornado um ciclo quem está no comando sempre acusando seu antecessor de não ter feito nada para evitar tais tragédias esquecendo-se que após quatro anos, se não se reeleger, esse também terá um sucessor que poderá jogar sobre sua responsabilidade o que ocorrerá de ruim durante seu mandato.

Vale ressaltar que tem chovido mais que a média, como indicam os meios de comunicação a cada dia, mas convenhamos que essa certeza sentimos na pele a cada chuva que cai.

Creio que um problema maior, e esse sim surge do povo, é esquecer depois de algum tempo o acontecido e ter como forma de certa aceitação, tratar as tragédias de outros países como problemas maiores que os nossos.

Claro que o acontecido no Haiti foi sim uma catástrofe sem tamanho e merece nossas considerações e ajuda, mas como vamos consertar a casa do vizinho se a nossa está caindo, quando a temos. O duro é saber que o ano que vem tem mais chuva, essa sim isenta de culpa e abençoada por Deus.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 08 de abril de 2010.

A Paz

A paz, pequena e singela palavra que expressa uma grandiosidade, é querida por todos, porém sua complexidade é imensa.

Baseado nos direitos humanos, digo que esses foram esquecidos ou negligenciados por nós. Pois veja, basta sair às ruas e perceber o quão grande é a multidão de seres órfãos de seus direitos, mínimos até.

Esquecidos pela sociedade, à margem dela, marginalizados pelo poder público mais parecem uma raça inferior, pior que isso, de outro mundo, um mundo que criamos, que cremos não ser o nosso.

Acredito que a culpa não está nas instituições e sim em algumas pessoas que as conduzem, sejam elas a nível federal, estadual ou municipal.

Parece-me cômodo e por vezes usamos a saída de culpar sempre o outro, tirando a responsabilidade de nossas costas esquecendo que fazemos parte da sociedade e por ela somos responsáveis, seja em qual esfera nos situamos.

A paz meus caros, depende de cada um de nós, deveria estar em cada um de nós, mas parece não estar e se está, vive inerte dentro de cada um.

Nós mesmos somos órfãos da paz por que não a praticamos. Portanto sua ausência é culpa do ser humano, que somos nós. Muitos se valem da velha regra do “seu direito termina quando começa o meu”.

Em suma, depende de nós!

Publicado no Blog "Os Municipais" em 04 de abril de 2010.