Em virtude da postagem “Os municípios e a segurança pública” ter gerado tanto comentário, devido a um anônimo ter se manifestado contrário ou até mesmo com despeito a existência das Guardas Municipais, faço um paralelo entre a sociedade e a família, visto que problemas sempre existirão nas duas estruturas.
Na família se os responsáveis por ela não se entenderem, não educarem seus filhos, não dialogarem entre si e não tentarem perceber que cada pessoa é um indivíduo, ninguém é igual a ninguém. Até mesmo gêmeos uni uterinos não o são.
Em uma família onde se tem filhos educados da mesma maneira, estudados na mesmo escola estes jamais terão a mesma personalidade. Cada um seguirá seu caminho um dia, seja ele para o bem ou para o mau, vemos exemplos no dia a dia, não haveria evolução se todos pensassem as mesmas coisas, tivessem as mesmas idéias.
Se os pais viverem em conflito haverá a separação, dando início à dissolução da família, deixando órfãos, queira ou não, seus filhos. A sociedade não precisa de mais esse problema, adversidade entre as forças que devem protegê-la, seja em âmbito federal, estadual ou municipal.
Acredito que em muitas famílias existam policiais civis, policiais militares e guardas municipais que vivem em harmonia, talvez entrando nessa discussão, mas com coerência, com respeito cada um com o trabalho exercido pelo outro.
Nós mesmos, com certeza, temos amigos em cada uma dessas instituições e nem por isso a amizade se modificou ou se abalou.
O problema talvez seja a generalização, onde se conceitua uma pessoa pela integridade de sua família ou por ações de uma pessoa membro dela.
Enquanto se discute sobre quem é de direito e de quem não deve ter direito de polícia, a marginalidade se organiza, mostra que está disposta a comandar as ações fora da lei na sociedade.
Caso esse conflito se estabeleça em generalidade, estará órfã a sociedade em geral. Um pai que não respeita a mãe, um irmão que não respeita o outro levará a família a um colapso, muitas vezes ocasionando a desintegração desta.
O colapso já está acontecendo na sociedade e isso não se dá somente no âmbito policial, segurança pública é muito mais que prender bandido, abrange todos os setores da sociedade.
Uma família feliz se dá a princípio pelo bom relacionamento entre os pais, passado para os filhos se dá pelas condições básicas a que um ser humano precisa, se dá por aqueles direitos que estão como base em nossa constituição, artigo 5º onde versa “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”. Mas que ainda não se fez valer. Portanto, não vale a pena generalizar...
Publicado no Blog "Os Municipais" em 13 de abril de 2010.